domingo, 30 de maio de 2010

Pátria amada?

Brada Brasil e cante seu hino de glória: É hexa! Agora é hexa! Erga sua bandeira, vista o verde-amarelo, compre uma nova tv. Faça os moldes das bendeirolas, mande para os vizinhos, vamos enfeitar a rua. Brasil, Brasil, Brasil, tu és maior que um título de copa.


No primeiro dia de cada ano ela coloca o Hino Nacional para tocar; o som do vinil sendo descoberto a cada giro toca fundo no que eu conheço por patriotismo. Não fosse para menos, não perde as paradas de Sete de Setembro e chora quando se vê no dia da Independência do Brasil, não é aquela verde-amarelinha somente de quatro em quatro anos, ela ama de fato este país; minha bisavó é o que eu entendo por nacionalismo.

Algumas coisas são herdadas; ainda fico chateada quando perco um desfile militar e amo o hinos brasileiros, mas devo confessar que não sou uma fã assídua como é minha bisavó, na verdade, nem chego perto.

Passou da bisa para o meu pai, e não fosse para menos, uniu-se com a profissão de minha mãe. Eu cresci metade em casa, metade em quartéis, admirando aquelas fardas, continências e não-me-toques (que minha mãe não leia isto). Então, eu tinha dois caminhos a seguir, ou não seguia às influências familiares, ou tornava-me eu.

Acho que decidi ser eu.

Gosto da copa, gosto das comemorações brasileiras (militares e não-militares), o que me frusta é ver que as pessoas só lembram que o Brasil é magnífico nestas épocas; o patriotismo floresce misteriosamente de quatro em quatro anos, quando as propagandas de cerveja mechem com nossos instintos nacionalistas e quando tudo quanto é banco torna-se o amigo para todas as horas...

Uma dose de bisa, vá.