quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Alguns verbos

O sono não veio ontem. Deitada com o travesseiro contra o rosto fiquei pensando na vida que não tão minha vivo. Deu vontade de ler, li. Deu vontade de trocar de lado, troquei. Deu vontade de jogar o cabelo pra frente, joguei. Deu vontade de fingir um grito, fingi. Deu vontade de tirar uns cravos do nariz, tirei. Deu vontade de fazer careta, fiz. Deu vontade de mandar um beijo, mandei. Deu vontade de piscar os olhos bem devagar, pisquei. Deu vontade de escrever, escrevi. Deu vontade de um abraço, cadê você pra me abraçar? Deu vontade de gargalhar, gargalhei. Deu vontade de dançar "Wavin' flag", dancei. Deu vontade de enlouquecer,  cá estou. Louca de amores, como sempre.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

00:13





Acordar a vizinhança cantando. Não? Tá. Não. Não deu. E visitar as muchachas um pouco longe daqui? Aham. Sério? Não. Tá. Que tal dormir? Agora não. Tomei café. Essa hora? Uhum. Que pena. Vamos conversar? Boa noite [...] Você é feliz? Uhum. E você? Também sou. Dar pra ser mais? Acho que dá. Como? Chamando a vizinhança no meio da noite pra visitar as muchachas. Legal. Sério? Felicidade pode irritar e tira da rotina. Gostei.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Descanso





Zhu Guo Liang, célebre estrategista militar, estava certa vez rodeado por oito mil soldados inimigos que cercavam as muralhas da cidade. Ele estava encurralado e sabia que enviar um sinal de fumaça a um aliado distante em busca de ajuda apenas convenceria o inimigo de que ele estava se sentindo fraco e desesperado. Então, abriu os portões da cidade e sentou-se numa cadeira, no pátio de entrada vazio, dedilhando seu pipa, um instrumento semelhante a um alaúde, e cantarolando músicas de sua terra natal, de olhos fechados. Os batedores do exército inimigo ficaram surpresos as depararem com Zhu se divertindo, indiferente ao assédio avassalador que ocorria naquele momento. Silenciosamente, saíram da cidade mais rápido do que haviam chegado, acreditando que o astuto Zhu tivesse preparado um contra-ataque de surpresa e estivesse apenas esperando que eles entrassem afoitamente. Ninguém poderia acreditar que Zhu contava com apenas duas dúzias de soldados dentro dos muros da cidade.

Em "A montanha e o rio" de Da Chen, página 145, 2° parágrafo.



É estranho descobrir e acreditar que Deus quer que nos deleitemos Nele, é difícil crer que podemos descansar em Seu amor. É quando buscamos, de todas as formas, "cuidar da nossa vida", "correr atrás dos nossos sonhos". Encontramos nossa vida, no entanto, quando permitimos entregá-la Aquele que pode revela-la a nós: Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mt 16:25).

Quando descanso vem o ânimo de descobrir, de fazer, praticar, agir. Quando foge a razão, eu compreendo a vida. Quando vivo de forma diferente encontro Nele o sentido de tudo.

Despreocupar-se. E então se permitir fazer e acontecer verdadeiramente.