quinta-feira, 7 de julho de 2011

Porquês




E se me engano e digo que já fui, quando na verdade eu nem sei onde estava a andar? Eu olhava para o céu enquanto eles procuravam pedrinhas, sabia que não eram nelas que eu encontraria o que buscava. Talvez também não estivesse escondida entre as nuvens. Eu nem quero saber.

Seja minha loucura ainda mais louca e meus devaneios cada vez mais incompreendidos. Fui a errada de um mundo certo ou a certa em um mundo errado, tanto faz. Sempre gostei desses moldes que nem tão poucos são meus, apesar de muitas vezes fingir que estivéssemos brigados.

Não me pergunte mais se eu prefiro margaridas ou tulipas, porque não gostar das duas? Por que não beijar-te a boca e pela primeira vez esquecer de fechar os olhos? Eu começo a rir, você me pergunta o que foi e o que eu sei responder é amar-te, porque o que eu sei fazer é amar-te. Todos os dias e eu nem sei porquê.

Talvez eu escreva uma música, talvez eu leia só um livro de cada vez, talvez eu colecione selos. Talvez eu me perca no teu peito e não queira me encontrar. Talvez eu desista.

Eu não sei.

Já confundo o meu reflexo no espelho com as linhas que tracejei em uma folha de caderno antigo. Eu o dobrei, eu o guardei, eu o redescobri. Se encontro na ponta dos meus dedos as respostas que não quero ter, eu continuo a escrever.

A falta de fôlego que sinto não se vai com as sílabas que, sem sentido e sem razão eu insistentemente ainda estou a montar no teclado. Quero uma palheta de novas cores, quero no meu mundo mais amores, quero e não vou parar de pensar em você.

Falta-me coragem, eu sei.