sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

desafogo

Nesta tarde, uma dose de você não me faria mal, devo confessar. Faz-me falta o teu calor; aquele que derrete o medo que permeia em meu coração. Acalenta minhas palavras de forma tal que não posso pronunciá-las sem antes emoldurar meus dentes com meus lábios.

A dúvida que ainda perjura: o tempo à nós será fiel? A dicotomia ainda reina, infelizmente. Gostaria de afirmar que ainda acredito em tudo belo como antes, mas especialmente hoje, minha mente deu uma trégua a tudo isso.

Permita-me apenas dizer que lembro de cada momento com você, cada cheiro, cada gesto, cada olhar, cada palavra, cada toque, cada encanto meu...

Nesta tua voz escondiam-se manjares que eu conheço, mesmo que nunca tenhas compartilhado. Nenhum dos olhos que já traduzi expressam o que somente os teus são capazes de falar. Essa tua forma tão incrivelmente tua mexe de forma inconstante e viciosa com minha cabeça. E devo admitir que as vezes é difícil reconhecer que, por segundos, perco o controle de mim.

Ainda anseio pelo dia que cada incerteza vai-se evaporar. Neste dia, quem sabe, declaro tudo aquilo que lhe cabe e sempre coube. Não sei.


Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.
Martha Medeiros