quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sonância


Há um dedilhar de violão que não cessa. Som capaz de envolver ações e emoções nas quais eu me intitulo dona; acordo, canto, danço, escrevo, canto, sorrio, choro e durmo com ele aqui. À cada nota mais grave, meu coração bombardeia, com intensidade, mais vida por este corpo e nos momentos que as notas atingem o céu, ele por instantes, descansa. Sei, é loucura, mas a música reina aqui. Há um cantor que fala através dela, é ele o autor de tão delicados sons, agora, meus sons, atrevo-me a dizer.

Com ela, eu sou capaz de conversar com as estrelas, de apaixonar-me pela luz que elas trazem quando a escuridão que revela a lua vem tomar o dia que foi-me dado. Não que tudo isto seja um presente só meu, mas porque talvez eu queira tomar para mim o pedaço que me é permitido...

Hoje as nuvens choraram, fazendo transbordar a grama ali na frente, fazendo cada flor embriagar-me com este cheiro que trás paz, transbordando as ruas, limpando os vidros das janelas, batendo com força no chão, dando descanso à estes olhos por alguns minutos.

Agora, aparece ele novamente, extrovertido como sempre, o sol, trazendo para perto de mim esta aliança colorida, arco-íris. Se ao menos o pudesse tocar... Para embalá-lo neste som que arde aqui, dentro de mim.



(...) I want to know, have you ever seen the rain? Comim down on a glorious day?
Creedence Clearwater Revival - HAVE YOU EVER SEEN THE RAIN?