terça-feira, 26 de janeiro de 2010

COLOR


Imponente entre o azul, rodeado por mutáveis algodões brancos, como a mistura de todas as cores. Cintila e reluze sobre qualquer cabeça, sem preconceito, sem prepotência e sem maus sentimentos. Não tento mais contar as infindas vezes que ele foi o instrumento usado para acertar as notas certas do meu humor. E coloriu-me, colore-me, colori-me-á em todos os dias que eu por instinto ou por última opção olhar para este antigo azul.

Foi-se o tempo que eu me angustiava quando o cinza tomava o colorido por cima de mim; hoje sei que depois de um ou mais dias nublados, lá aparece ele novamente, impetuoso, mostrando sua face reluzente outra vez...O sol.

Quantas vezes você molhou sua mão em um pouco de tinta e atreveu-se a encostá-la em uma parede virgem? Já sentiu a sensação dos dias subsequentes, quando você olha para aquele marca e diz: Eu fui capaz de dar um pouco de cor...? Acredito ser a mesma sensação que o astro maior sente quando no crepúsculo ele permite que as cores ressurjam do obscuro. E deveria pensar: eu dei um pouco de cor...

Existem vários soís espalhados vagando por este mundo afora, colorindo um pouco a nossa vida, a nossa essência, a nossa alma, o nosso caminho... Provavelmente eles não brilham todas as manhãs e tardes no céu; são mais discretos do que nos limitamos a crer.

Que possamos estar suficientemente preparados para que alguma cor em nós ressurja quando os primeiros raios sondarem as manhãs da nossa existência ou que possamos permitir que algum Grande Artista molhe suas mãos em um pouco de tinta e deixe gravado em nós aquela marca, porque um dia o cinza cede ao azul e a luz penetra a alma.