segunda-feira, 6 de junho de 2011

O grande artista, o aventureiro e a poeta



Era sua alma radiante, peralta, contagiante. Inventava brincadeiras, montava novos mundos, fazia da vida bela, mesmo que ela não fosse. Era seu sorriso a vida de uma fotografia. Sentia vontade de procurar felicidade quando olhava-a sorrir.

Ela me ganhava assim, sem perceber. Era tão linda obra de arte que eu não conseguia tirar-lhe os olhos. Nunca fora como as artistas de tv e as modelos de passarela, ela era incrivelmente ela. Sua beleza estava na forma como falava, na sua dança despreocupada, nos versos que faziam-me ver o mundo de forma diferente, nas suas caretas. Era minha bela, era minha menina, eu sabia.

Tinha vontade de roubar-te pra mim. Tinha vontade de ficar lhe admirando todo dia, o dia todo. Tinha vontade de ter você comigo. 

Ainda me lembro a primeira vez em que te vi, impossível esquecer. Você nem a notar que eu te percebi. 

Não buscava amor nenhum. Ainda acreditava que era de outra pessoa meu coração. Mas um olhar, o coração a bater forte e eu sem entender o que estava acontecendo. Seu sorriso, eu não conseguia pensar em outra coisa.

Eu que sempre fui o despreocupado, não conseguia pegar no sono. O cara com gênio forte, pensamento acelerado, espírito inquieto. Pela primeira vez não sabia o que fazer. Sabia apenas me envolver naquele abraço que tão bem conhecia.

[...]

Ele sempre fora um desses garotos que a gente sempre quer por perto.

Enchia-me de uma alegria gostosa ao vê-lo contar as histórias que nunca lhe faltavam. Gostava de vê-lo perto de mim, de ouvi-lo cantar, de rir com ele.

Foi quando dei-me conta de que ele estava a ocupar-me a cabeça por muitas horas do dia. Eram dele as novas canções que eu escrevia, o novo palpitar do coração, os suspiros avulsos. E apesar de não encontrar muito sentido em tudo o que via brotar em mim, eu gostava da ideia de me deixar levar.

Tinha medo do que estava acontecendo, mas, ao mesmo tempo, queria continuar sentindo.

Em minha mente, um turbilhão de pensamentos. Pensava em um possível futuro, em um presente surpreendente, buscava juntar as peças. Era inútil. Eu queria fugir do que sentia, eu queria me prender ao que começava a sentir.

Eu estava aprendendo a amá-lo. Eu gostava de estar, cada dia mais, a me apaixonar por ele.

Era a parte que me faltava, a palavra que eu sempre quis pra mim.

Eu gostava de cada sutilidade sua, de cada detalhe seu. Eu me sentia segura no teu abraço, como se o mundo não pudesse mais, de forma alguma, atingir-me. Os minutos ao seu lado eram eternos. Eu bem sabia que meu coração não podia mais ser de outro alguém.

[...]

Sempre gostei de fazer histórias. Estava a escrever a deles há muito tempo, muito antes de nascerem. 

Apesar deles não conhecerem os capítulos que tenho escrito enquanto dormem, sei que têm confiança de que cuidarei bem das frases que têm a mim dirigido.

Como eu amo estes dois pequenos.

Ele sempre fora meu companheiro apaixonado. Meu pequeno menino, meu grande corajoso. Poucas vezes percebia como sua ousadia com tudo o que me dizia respeito contagiava outros pequeninos meus. Eu tinha orgulho em chamá-lo de filho, gostava de compartilhar com ele as coisas que vinha pensando. Um coração contrito, uma alegria diferente no olhar, a certeza de que eu estava sempre ao seu lado, uma alma simples. Enfrentava seus medos, buscava reconhecer suas falhas, rendia-se a mim.

Ela, meu rubi. Gostava de escreve-me frases no cantinho dos cadernos e foi assim que eu comecei a inundá-la com meus singelos versos. Nas suas lágrimas, ela se torna a fortaleza que é, minha pequena jóia a irradiar meus dias. Como é bom vê-la acordar e sorrir pra mim, convidando-me a fazer parte do seu dia. Sinto prazer em ensiná-la novas rotas, guiá-la a novos horizontes, vê-la se libertando do medo, da insegurança. Sua meiguice, sua determinação, seu amor por mim. Era bom ver minha pequena crescer.

Sabia que ele precisava da beleza com que ela via a vida, precisava das pétalas que a vida tem. Ela precisava daquela coragem aventureira, da loucura que ele tinha.

Os criei um para outro.

Agora, era apenas uma questão de tempo.

Enquanto isso, lá estava eu, a colorir novas margaridas e sorrir-lhes em novas manhãs. 

Um dia eles saberão que estive sempre aqui, a tecer-lhes uma história juntos.





Dias dos namorados chegando, inspiremo-nos!




El amor lo puede todo.














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